Eu Sou a Luz do Mundo Planetário

domingo, 17 de outubro de 2010

Dever e Fantasias

Na sua busca pela felicidade, o homem não raro embrenha-se em caminhos tortuosos.

É frequente a confusão entre ser feliz e realizar fantasias.

Para a criatura irreflectida pode parecer necessário que todos os seus sonhos se concretizem, para que se considere plena.

Ocorre ser a felicidade, sob esse enfoque, uma utopia de impossível efectivação.

O ser humano é ilimitado nos seus devaneios e fantasias.

Realizado um projecto, surge logo outro, mais ambicioso.

Se é a falta de casa própria que o infelicita, após a sua aquisição, com frequência, deseja outra maior.

Ao desejo de possuir automóvel em bom estado, sucede o anelo de adquirir um carro do ano.

Quem tem casa e carro, por vezes deseja viajar ou garantir a faculdade dos filhos.

Idêntico fenómeno dá-se nos mais variados quadrantes da existência.
 É o desejo de se notabilizar na carreira, frequentar o melhor clube da cidade, possuir roupas luxuosas ou jóias.

Muitos desses desideratos são legítimos, mas surge sempre algo novo que se busca e nem tudo o que se deseja acontece.
 Se for necessário realizar todos os sonhos para o homem se sentir pleno, a frustração será sua constante companheira.
 Por outro lado, ao desavisado pode parecer que tudo é legítimo para que alcance as suas metas.
 Talvez toda a dificuldade seja considerada uma desgraça, um obstáculo a ser removido a qualquer preço.
 Se o casamento não vai bem, pode parecer melhor terminá-lo de vez, para encontrar outra pessoa que seja ‘perfeita’.
 O familiar doente ou de difícil convívio quiçá se afigure alguém a ser evitado a todo custo, sob o falso pretexto de preservar a própria paz.
 Ora, a infantilidade e a superficialidade deste modo de viver são por demais óbvias.

O progresso é uma das leis da vida, e o homem é sempre chamado a burilar-se, aperfeiçoar-se, tornar-se melhor e mais forte.

As dificuldades têm a finalidade de ajudar a desabrochar o anjo que em todos reside, mediante o exercício das virtudes cristãs.
 Felicidade não é sinónimo de cofres cheios, vaidades satisfeitas, absoluta ausência de problemas e desafios.
 O Cristo, modelo e guia da humanidade, afirmou que oferecia a Sua paz, mas que a cada qual seria dado conforme as suas obras.
 Também disse que quem quisesse deveria tomar a Sua cruz e segui-Lo.

Os obstáculos, os desejos não realizados, as limitações têm o objectivo de nos sensibilizar para a beleza da mensagem do Cristo.
 Eles nos auxiliam a valorizar o que é eterno, em detrimento do transitório.

A conquistar, mediante o abandono das ilusões, a tão sonhada paz: o tesouro colocado onde ninguém pode roubar.

A Felicidade não é, portanto, ter tudo o que se quer, mas estar em harmonia com a própria consciência e com as leis divinas.

Entre concretizar uma fantasia e atender as próprias obrigações, o homem sensato não pode titubear.

Se um sonho demandar, para se realizar, violação de nobres compromissos assumidos, ou não se amoldar a uma consciência tranquila, é melhor desistir dele, por mais sedutor que seja.

Consciência pesada é algo inconciliável com a plena realização do ser.
 Não há felicidade sem paz e não há paz sem deveres rigorosamente cumpridos.
 Pensemos nisso!

Texto da Equipe de Redacção do Momento Espírita.
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Texto Revisto

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