Quanto mais nos conhecemos a nós mesmos, mais se nos impõe a obrigação de compreender e desculpar, na sustentação do equilíbrio em nós e à nossa volta.
Daí a necessidade da convivência, em que nos espelhamos uns aos outros, não para nos criticarmos, mas para nos entendermos, através de bendita reciprocidade, nos vários cursos de tolerância, em que a vida nos situa, no clima da evolução terrestre.
Assim é que, no infantário da existência, aquele companheiro:
Que somente identifica o lado imperfeito dos seus irmãos, sem lhes observar a boa parte;
Que jamais se vê disposto a esquecer as ofensas de que haja sido objecto;
Que apenas se lembra dos adversários com o propósito de os arrasar, sem lhes reconhecer as dificuldades e os sofrimentos;
Que não analisa as razões dos outros, e se fixa unicamente nos direitos que julga pertencer-lhe;
Que não se enxerga passível de censura ou de advertência, em momento algum;
Que se considera invulnerável nas opiniões que emita ou na conduta que espose;
Que não reconhece as próprias falhas e vigia incessantemente as faltas alheias;
Que não se dispões a pronunciar uma só frase de consolação e esperança, em favor dos caídos na penúria moral;
Que se utiliza da verdade exclusivamente para ameaçar ou ferir...
Será talvez de todos nós aquele que mais exige entendimento e ternura, uma vez que, desajustado na intolerância, se mostra sempre desvalido de paz e necessitado de amor.
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Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Ceifa de Luz.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
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Texto Revisto
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